quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Fragmentos constitutivos de um mosaico mágico...


MOSAICO

Desafiaram-me a ser feliz
Arteira e levada que sou,
Já aceitei a provocação com ares de riso


Disseram-me que para ser plena
Tinha que ter alguém pra chamar de meu
E a felicidade seria, assim, o meu fim


E encaixando as peças do enigma,
Criei no meu âmago,
Um mosaico de sensações

Tanto fulgor que
Transformou-se num caleidoscópio vivo
Alterando mesmo o rumo de tudo

Redesenhando as linhas do destino
Com traços firmes, porém suaves
Embutidos os sonhos nessa composição musiva
Reiniciamos, então, a nossa história
Nós, os moisacistas do amor, seguimos
Unindo e fracionando várias conclusões
Neste painel da vida:


Se me escolheste para ser tua,
e eu igualmente te quis para meu amante
é porque o nosso destino era, mesmo,
essa tal indízivel felicidade.

(DANIELLA MIRANDA - 23.09.08)

terça-feira, 14 de outubro de 2008

A vida e seus ciclos previsíveis: 10 de Outubro de 2008



Nunca estive tão de frente comigo mesma. Nunca vivi esse sentimento de “prestação de contas” com tanta intensidade. São 23:05 do dia 09 de outubro e espero que essa melancolia passe para que eu possa desfrutar do meu dia tão sonhado e esperado dia.
Quando criança os aniversários que demoravam tanto, hoje me atropelam sem que eu sinta. Tantos aniversários que me recordo: os da infância, os tenho bem-vivos na memória por conta das fotografias que povoam o mural do meu quarto; os da adolescência que esperava urgentemente por uma liberdade e independência que hoje eu tenho e não sei bem o que com ela faço e os da fase adulta que trazem uma maior riqueza de detalhes em virtude do pouco tempo decorrido.
E o que acontecerá amanhã? A apoteose do equilíbrio ou a ausência dele? Tantas pessoas que estiveram perto e por algum motivo não mais poderão celebrar um ano da minha vida ao meu lado. E isso realmente dói. E tantas que AINDA vão viver comigo esse momento: meu irmão/irmã, meus filhos, meus netos, meus futuros-amigos!
Fazer aniversário é o ápice de todo o egocentrismo que temos recôndito no peito! Será que comemorar o aniversário não é uma espécie de “compensação” da nossa própria mediocridade? Não! As dificuldades da vida não diminuem a felicidade trazida por um abraço de um amigo que mora distante. Agruras e sofrimentos não apagam a paz desencadeada pela reconciliação com alguém que se ama. Dor nenhuma pode ser maior que a alegria proporcionada por uma bela “resenha” celebrada entre colegas-amigos e amigos-colegas e o processo desencadeado pelo conhecimento diário que a mesma proporciona.
Não há sofrimento que não desapareça com um carinho de amigo, um telefonema de saudade, uma fofoca irresistível. E os beijos das crianças? E os abraços dos pequenos? E os meus alunos grandinhos não precisam se sentir enciumados, não! Abraço de aluno é coisa boa demais! Abraço de quem só te abraça por gostar mesmo de você. É, isso mesmo! Quase 10 anos lecionando, a gente sente quem só quer “fazer média” porque precisa de média!
A angústia de não saber que caminho rumar aparece nas nossas vidas em momentos cruciais, mas quando você se lembra que têm AMIGOS, ALUNOS, COLEGAS, PARCEIROS, VÒ, VÔ, PAI e que ainda vai ter um outro irmãozinho que vai transformar completamente a sua vida, a angústia não prevalece! O maior presente que Deus podia ter me dado foi a minha vida, para conhecer e amar todos vocês que sabem o quanto são importantes na minha humilde e complicada existência.
Todos vocês sabem: Vim ao mundo para amar! E aqui estou cumprindo a minha tarefa.
 
OBRIGADA POR EXISTIREM EM MINHA VIDA!!!!
 

 

domingo, 14 de setembro de 2008

"Por que a gente nunca sabe de quem vai gostar????"


ANJO

Percebo no ar a tua presença
Menina vendada pelo querer
Princesa cega que tateia o rastro deixado pelo Príncipe
E se isso não é um conto de fadas, o que é?

Questionamentos em vão enquanto ouço o teu tímido falar
Um “por que você?” ecoa insistentemente dentro de mim
Tanta beleza e perfeição
Não pode ser real, MAS é real!
E meu coração em festa celebra a tua chegada
Como pode ser tão especial?

Meu Anjo! Mais que isso: Anjo, MEU!
Anjo Supremo da Paz Interior, “Parceiro das Delícias”
Príncipe de Luz, como pode ser tão lindo?

Perco-me e encontro-me no teu olhar
Contemplo e venero o homem que
Entre quase-lágrimas fala-me das coisas da vida
Faz confidências e revela segredos e expectativas
Não me conformo e mentalmente repito:
Como pode ser tão especial?

O teu cheiro é a combinação das fragrâncias
Inda nem inventadas
Marca meu corpo, invade meus poros
Abala meus sentidos!

E que sorriso é esse que desestrutura, enlouquece e completa?
E essa busca de nós mesmos nos infinitos abraços?

Demorei tanto pra te encontrar
Agora me leva pra contigo flutuar
Despertou-me do pesadelo da desesperança
Trazendo à tona os sonhos mais lindos
guardados só pra você!

(14/09/2008)

NAMASTÊ!

domingo, 24 de agosto de 2008

"Os opostos se distraem, os dispostos se atraem..."



ÓSCULO DO PROTÓTIPO PERFEITO

“O primeiro é único”
Ósculo do protótipo perfeito,
Sem palavras para descrevê-lo
Desafia o léxico e a sintaxe


Teu beijo por um instante meu
se tornou nosso in aeternum
Avesso às palavras
e esculpido pela paixão
Fica para sempre no livro da vida,
Transformando-se num capítulo inteiro
da minha história.
 
(22/08/08)


quinta-feira, 21 de agosto de 2008

“I need you like a heart needs a beat...”


“Jogos de sedução não combinam muito comigo, sou romântica demais para acreditar que de tão sublime que seja o querer, o mesmo se limite a uma brincadeira de conquistar ou envolver.

E hoje o mestre da poesia me traiu. A catarse que me envolveu os versos do amado Drummond, fez com que não percebesse a transubstanciação do meu sonho. Uma viagem onírica onde imaginava um príncipe lindo redesenhando o ambiente por onde passa, um Anjo que altera toda a atmosfera ao seu redor. E quando do meu sonho, tão distante e alheia que estava (porque o ser que invadiu meu coração é oriundo de um plano utópico de tão perfeito e irreal) que nem percebi a realidade se desnudar diante dos meus céticos olhos.

Meu coração já tão exausto das cadentes e ordinárias batidas da vida, nem se imaginava apto a ser preenchido por tanta magia. E ele, o Príncipe, foi ocupando meu coração, assim como se diz do amor: de modo tão sutil e pujante, de maneira tão leve e vigorosa que me perdi entre os abraços de amizade, os sorrisos inebriantes e os olhares tão plenos de luz.

(...)

Você não faz sequer idéia do quanto é especial, e não é porque tens nome de anjo, é porque prova diariamente o quão é autêntico e o quanto brilhantemente transita pela profundidade própria do teu ser.

A dádiva de ter seu âmago tocado por um querer inexplicável é uma manifestação divina, indubitavelmente. Obrigada por despertar isso em mim: sentir-me viva, fazer surgir esse gostar pueril, provocar esse amor ingênuo que coloriu a minha essência e devolveu-me a mágica sensação do apaixonar-se.”


[... E fez Danizinha voltar a escrever depois de tantos anos...]



(21 de Agosto de 2008)


sexta-feira, 2 de maio de 2008

O levante do Astro-Rei


Acredito que todos cultivem as mesmas profundas dores existenciais, e são elas que criam os verdadeiros questionamentos universais: “Quem sou eu?”, “O que motiva a vida?”, “Qual caminho seguir?” E as mais gerais e corriqueiras das hesitações: “Por que eu não estudei mais para aquela prova?”, “Por que eu não liguei pra ele(a) no dia seguinte?”, “Por que eu não pedi desculpas para meu/minha pai/mãe/irmã(o)/namorado(a)?, “Por que eu não bebi menos?”, “Por que eu não comi mais daquela lasanha?”

Do existencialismo não devemos tomar emprestado apenas a injustificabilidade do ser, a impotência das ações, o peso da solidão e da imutabilidade das tragédias. A complexidade de existirmos consiste na liberdade do indivíduo, do poder (ainda que admita-se limitado) de intervenção na realidade e da consciência exasperada de MUDANÇA.

Parece medíocre ficar cultivando a culpa e o remorso na essência do ser, uma vez que cada amanhecer é uma oportunidade divina de construir, refazer, ir além. A chance de viver nos é entregue a cada levante do Astro-Rei: a permissão de vivenciar outra experiência diversa daquela que nos trouxe sofrimento.

A aurora com o seu peculiar aroma faz com que o frescor da pós-madrugada seja uma chance de analisar os excessos cometidos ou sabiamente cometê-los. O orvalho tem o sabor da renovação e paralelo a sensação de purificação que invade cada ser, proporciona o enlevar da esperança através do alcance dos mornos raios da antemanhã. O sol que clareia faz enxergar até aos mais céticos e pessimistas que existe uma força maior que nos envolve, e pretende que nos preenchamos da mais irrestrita felicidade.

A nossa existência é uma correlação dos chavões mais óbvios. E qual a razão de tantos problemas? Não captarmos a mais inequívoca das mensagens: Todo dia nos é dada a oportunidade de fazer TUDO diferente. Sorrir sempre! Olhar para o espelho a cada dia que começa e pensar: “Eu quero é ser feliz!”. Esquecer da espinha que surgiu, do cabelo que insiste em não se acalmar, dos quilos a mais ou a menos. Deixar a vida acontecer.

Parece hipocrisia, impostura, fingimento ou falsidade de qualquer pessoa que sofre pensar assim. Que sofrimento é esse que nos deixa tão serenos e equilibrados? A beleza da vida consiste nessa capacidade que nos é dada de "virar a página" ao final do dia. Esse é o verdadeiro exercício diário do ser feliz. Não levar agruras de um dia para o outro, não acumular dores, frustações e amarguras. Purificar-se, renovar-se e buscar SER, já que a existência que nos é imposta é, na verdade, uma dádiva. Incontestavelmente, ser feliz é melhor do que estar feliz. O movimento problematizador do ser e o eixo central das nossas vidas devem convergir para uma harmonização do ser, a tranquilização da alma pretendida que deverá propiciar a formação do trinômio perfeito: Esperança-Felicidade-Existência.


NAMASTÊ!

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Como descortinar a realidade numa nuvem de fumaça?

Se um novo ano acaba por se iniciar, é tempo de novidades, promessas e esperanças. Mudanças? Também! E quem sabe se esta não é a primeira das mais importantes alterações do novo?
Os desejos de felicidade e plenitude que permeiam o coração de qualquer ser vivente também coexistem em meu peito. As vontades mais combatidas também estão vivas, como juras perpétuas da peculiar característica da procrastinação do humano.
E o mais importante: TODA a paz necessária encontra-se ao nosso redor esperando apenas que sintonizemos sua vibração ímpar. Como uma deliciosa fruta ao alcance de gulosas mãos: Por qual motivo renunciamos a saciedade e escolhemos a mais avassaladora fome? Ao passo que, paz é sempre o que buscamos?
Sim. Felicidade, paz, amor, saúde, conquistas e beleza à todos os viventes. Àqueles que necessitam de sossego, entendimento, condições mínimas de sobrevivência, resignação, fé, força e sensibilidade.
No entanto não me invente uma pífia felicidade. Não forje uma plenitude à todas as expensas, pois torna-se por demais custoso o carregar. Tantos acontecimentos revoltantes não devem passar despercebido a tão egocêntrica condição. Ser pleno é justamente lidar com isso, e não fazer a opção de neutralizar a angústia. E a felicidade não é um remédio pra dor? Para que se abrigar no falso equilíbrio? É fuga!
Como descortinar a realidade numa nuvem de fumaça????
Estágio pleno de alegria, dotado da mais doce satisfação, qual seja, felicidade é algo diferente do que se prega. É solidariedade, doação e (ao menos) irritabilidade diante dos males do mundo. Quem se entrega a um momento ou situação e não vive as dores do outro com o intuito de minimizá-las, não é feliz: inventa felicidade!
São palavras sinceras, do fundo da alma e longe de qualquer forma de ultraje: Não se submeta a aquiescência da egoística felicidade!


SEJAM FELIZES!!! Com consciência (a social e a moral) de preferência!!!!